Homens são guiados por leis. Leis que existem para tentar manter um equilíbrio constante entre os humanos, no intuito de criar um convívio harmonioso e livre de crimes, formando um ambiente propício para o desenvolvimento da espécie, que pode viver mais segura e independente.
Infelizmente, essas regras são diariamente desrespeitadas, mas continuam sendo leis. Para que a existência dos homens seja um trajeto o mais retilíneo possível, deveríamos respeitá-las, pois essas foram confeccionadas pelos homens e para os homens, buscando nada mais do que o próprio benefício da sociedade.
Existe, entretanto, outro conjunto de “leis” que é adotado pelos clientes, e que busca não o benefício da sociedade, mas sim a devoção cega à religião, na esperança de um domínio massivo de clientes que crêem obedecer as ordens divinas, por parte das instituições religiosas. Essas leis nada mais são do que uma curta redação denominada “Os 10 Mandamentos” (ou “Decálogo”), escrita em tábuas de pedra pelo homem-invisível em pessoa e entregue ao “jornaleiro” Moisés. Sim, existem pessoas que crêem no absurdo, mas, viva a liberdade de expressão!
Tendo como ponto de partida a minha indignação perante esse fato, proponho nesse artigo debater os 10 itens que constam nesse Decálogo, tentando criar uma esfera de debate acerca das “leis sagradas”. Utilizarei como base os mandamentos constantes no catecismo católico, publicando o artigo fracionadamente, para evitar que o texto se torne muito longo ou cansativo.
1. “Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas”.
Nada mais do que um simples e direto ultimato: “não abandone a religião, pois ela precisa de você”.
Claro, quando alguém impõe uma ordem a um terceiro, certamente está esperando algum benefício em troca. Propõe-se aqui que nada, absolutamente nada, pode ser mais adorado ou amado do que Deus. Ora, por favor! Eu devo amar mais alguma coisa que vive nos céus – isolada, mancomunada com anjos bons e maus, que simplesmente fica assistindo o caos terreno – do que as pessoas que vivem ao meu redor, trazendo de fato felicidade e amor para a minha vida? Não, não sou hipócrita, jamais poderia aceitar uma imposição dessas.
Certamente, esse é um argumento que vem sendo utilizado pela igreja desde os primórdios, como arma contra aqueles que cometem o pecado de utilizar o raciocínio para tentar impor limites à religião, ou para simplesmente seguir a sua crença pessoal.
Funcionou muito bem durante as Cruzadas, ou no período dos Inquisidores, pois as vozes eram caladas, mesmo que fosse necessário o uso de técnicas pouco ortodoxas (more…)